Hermínia Silva Leite Guerreiro: il Fado dal sapore di ginjinha

Post collegati:

Case di Fado
Amália a teatro

Il Fado ha due volti, uno è quello drammatico di Amália, l’altro ha il sapore dolce della ginjinha e l’allegria di Hermínia Silva.
Nata il 23 Ottobre del 1913 e cresciuta nella Travessa das Flores (Santa Clara), Hermínia, come altri grandi fadisti, sin da piccola ascoltava cantiche e Fado durante le Cegadas.
Nel 1925 cantò per la prima volta in pubblico al circolo ricreativo Os Leais Amigos. A tredici anni, entrò nel mondo del cinema perché lavorava come apprendista sarta e in seguito interpretò piccole parti in qualche film muto.

Un giorno, Armandinho (uno dei grandi maestri di guitarra), la invitò a cantare nel suo Salão Artístico de Fados (nel quartiere Parque Mayer), ma Hermínia aveva un contratto con Valente das Farturas e aveva già fatto il suo debutto in piccole riviste.
Nel 1929 recitò nelle riviste Oiro sobre Azul, Detrás da Orelha, Off-Side, tutte all’Esplanada Egípcia (che più tardi diventò il cinema Capitólio).

Nel 1932 arrivò a esibirsi al celebre Teatro Maria Vitória nell’operetta Fonte Santa e nella rivista Feijão Frade. In seguito fu integrata nella compagnia di António Macedo con cui faceva spettacoli al Teatro Variedades. Fu proprio in alcuni degli spettacoli di quest’impresario che Hermínia ed Amália si trovarono a recitare assieme.
Hermínia recitò nelle operette, A Alfacinha de Gema, A Rosa Cantadeira e nelle riviste A Festa Brava (1933), Zé dos Pacatos (1934), Olha o Balão (1935), Estrelas de Portugal (1936), Chuva de Mulheres (1937), Boa Vai Ela, O Retiro dos Pacatos (1941), Boa Nova (1942), Sempre em Pé (1946), Ai, Bate, Bate! (1948), Lisboa Antiga (1953), Fogo de Vistas (1956), Daqui Fala o Zé (1956), Ai, Venham Vê-las! (1964), Afinal, Como è? (1975).
Recitò nei film Aldeia da Roupa Branca (1939), O Costa do Castelo (1943) e Um Homem do Ribatejo (1946).
Hermínia ebbe grande successo in Brasile, paese che ospitò una sua tournee per otto mesi e anche negli Stati Uniti, in Canada e a Parigi dove cantò per le comunità di emigrati portoghesi.
Dal 1958 al 1982 ha gestì una vivace Casa di Fado, il Solar da Hermínia.
Tra i Fado che cantò ci sono: A Minha Rua, Vou Dar de Beber á Alegria (parodia del Fado di Amália), Tu Sabes Lá, Fado de Gonçalo-o-Velho.
Artista dallo spirito allegro, Hermínia, è un’icona della Canzone di Lisbona dall’impronta tradizionale e tipicamente fadista, per questa ragione è stata insignita della Medaglia d’oro della città di Lisbona (1980) e ancora oggi si celebrano le sue canzoni. Già da anni ritiratasi dalla vita artistica, Hermínia, lasciò la sua amata Lisbona il 13 Giugno 1993.

In questo video dell’archivio storico RTP Hermínia canta MÃOS SUJAS uno dei suoi brani di rivista

I suoi maggiori successi:

Herminia interpreta Rosa enjeitada (José Galhardo/Raul Ferrão), un Fado classico, appartiene al repertorio di Maria Teresa de Noronha ma è stato interpretato anche da quella che i portoghesi considerano l'erede della Noronha, Margarida Bessa

Herminia in Lisboa Antiga (Amadeu do Vale/José Galhardo, musica: Raul Portela), uno dei grandi successi di Amália, fu cantato da Herminia nella Revista Pirilau, rappresentata nel 1932 al teatro Politeama di Lisbona


LISBOA ANTIGA

Lisboa velha cidade
Cheia de encanto e beleza
Sempre formosa a sorrir
E ao vestir sempre airosa
O branco véu da saudade
Cobre o teu rosto linda princesa

Estribilho:
Olhai, senhores,
Esta Lisboa doutras eras
Dos cinco réis das esperas
E das toiradas reais
Das festas
Das seculares procissões
Dos populares pregões matinais
Que já não voltam mais.

Lisboa d'oiro e de prata
Outra mais linda não vejo
Eternamente a brincar
E a cantar de contente
O teu semblante se retrata
No azul cristalino do Tejo
Estribilho



Velha tendinha (José Galhardo/Raul Ferrão)
è un brano del 1934, Herminia lo cantò nella Revista o Zé dos Pacatos al Teatro Apolo, è uno dei brani che Dulce Pontes reinterpreta nel disco O Coração Tem Três Portas

VELHA TENDINHA

Junto ao Arco do Bandeira
Há uma loja, a Tendinha
De aspecto rasca e banal
Na história da bebedeira
Aquela casa velhinha
É um padrão imortal.

Refrão

Velha taberna
Nesta Lisboa moderna
É a tasca humilde e eterna
Que mantém a tradição
Velha Tendinha
És o templo da ginjinha
Dos dois brancos de gimbrinha
Da boémia e do pifão

Noutros tempos os artistas
Vinham já grossos das hortas
Pró seu balcão caturrar
E os fidalgos e os fadistas
Iam p´rá ´li horas mortas
Ouvir o fado e cantar


Fado da Sina (Amadeu do Vale/Jaime Mendes) cantato nel film Um Homem do Ribatejo (1946) in cui Herminia interpretava una cigana. Anche questo brano è stato reinterpretato da Dulce Pontes (in A Brisa do Coração).

Reza-te a sina

Nas linhas traçadas

Na palma da mão

Que duas vidas

Se encontram cruzadas

No teu coração

Sinal de amargura

De dor e tortura

De esperança perdida

Indício marcado

Amor destroçado

Na linha da vida

E mais te reza

Na linha do amor

Que tens de sofrer

O desencanto

Do leve frescor

Duma outra mulher

Já que a má sorte assim quis

A tua sina te diz

Que até morrer

Terás de ser

Sempre infeliz!.

..Não podes fugir

Ao negro fado brutal

Ao teu distino fatal

Que uma má estrela domina

Refrão

Tu podes mentir

As leis do teu coração

Mas ai, quer queiras

Que não Tens de cumprir a tua sina!

...Cruzando a estrada

Da linha da vida

Traçada na mão

tens uma cruz

A afeição mal contida

Que foi uma ilusão

...Amor que em segredo

Nasceu quase a medo

P'ra teu sofrimento

E foi essa imagem

A grata miragem

Do teu pensamento

E mais te reza

O negro destino

Que tens de amargar

A tua estrela

De brilho divino

Deixou de brilhar

Estrela que Deus te marcou

E que bem pouco brilhou

E cuja luz

Aos pés da cruz

Já se apagou!...

e a irreverência que sempre acompanhou a Herminia Silva, está aqui bem patente...

Vou Ser Hippy 1970